terça-feira, 13 de novembro de 2012
Excelência nos Serviços Públicos - SME
EXCELÊNCIA NOS SERVIÇOS PÚBLICOS
*Faustino Vicente
Numa de nossas palestras, em atenção à uma pergunta sobre gestão
de excelência, não tivemos dúvida em destacar o pensamento do célebre filósofo
Aristóteles (384-322a.C.). Dizia ele: "Só fazemos melhor aquilo que repetidamente
insistimos em melhorar. A busca da excelência não deve ser um objetivo, sim um
hábito."O avanço da globalização, provocado pelas descobertas científicas e
inovações tecnológicas, tem sido determinante para o acirramento da
competitividade internacional. A qualidade das instituições públicas afeta a
competitividade do Brasil, classificado pelo Fórum Econômico Mundial na 65ª
colocação, entre 117 países.A missão do Estado é dar condições estruturais
favoráveis ao desenvolvimento econômico e social.
Lição singular deu o Japão ao ressurgir das cinzas, como Fênix,
tornando-se a segunda maior potência econômica do planeta. Qual o segredo do
"tigre" asiático? Elevados investimentos em educação por parte do governo e, em
recursos humanos, pela iniciativa privada. A pedagogia alavanca a tecnologia e
sinaliza que "não existe país subdesenvolvido, o que existe é país subadministrado"(
Peter Drucker). A iniciativa do país do sol nascente levou até órgãos
governamentais à implementação de programas de qualidade - adequação ao
uso, com satisfação de clientes e consumidores. Qualidade é indispensável,
porém sem produtividade - fazer cada vez mais, e melhor, com cada vez menos -
torna-se insuficiente na redução de custos operacionais, deixando as
organizações vulneráveis à competitividade. Custos, principalmente os indiretos,
nos faz lembrar de unha, que deve ser cortada freqüentemente pela sua
incorrigível tendência de crescer.
Um dos fatores que mais provoca perda de produtividade nos serviços
públicos é o excesso de burocracia, que além de não impedir corrupções e
fraudes, tem inibido o desempenho das empresas, motivado a sonegação fiscal e
incentivado a informalidade. As atividades comerciais sem registro contábil deram
origem ao mais poderoso império da história da humanidade - o Quarto Setor.
Longas filas nas repartições públicas, morosidade do andamento de processos
judiciais, demora na aprovação de projetos e regulamentação de leis e exigências
exageradas para abertura de empresas são alguns indicadores de baixo índice de
produtividade. Entre os serviços públicos eficazes destacamos os prestados pelo
Corpo de Bombeiros, inegavelmente, a instituição mais admirada pela população.
Agregar valor na gestão pública significa investir em projetos que
aumentem a produtividade oferecendo à população um dos mais valiosos bens da
atualidade - a praticidade.Os ganhos em produtividade passam por uma "revisão
cirúrgica sistemática", de cada detalhe dos processos operacionais, objetivando a
redução de etapas, inovação em cada uma delas minimizando tempo e, melhor
ainda, a eliminação de normas de procedimento.
Os prestadores de serviços devem ter consciência que usam a mais
valiosa das matérias-primas - o tempo - a única que não tem reposição. A
excelência dos serviços públicos, especialmente em educação e saúde, é a
melhor das estratégias para reduzir a vergonhosa desigualdade social - referência
maior do oceano de pobres e da ilha de ricos.
A chave da eficácia encontra-se na redução das atividades-meios e na
eliminação das formalidades que não agregam valores às atividades-fins. O maior
desafio da classe política e dos gestores públicos é transformar uma instituição
mecânica, em orgânica. gestão0 transparente, interativa e que coloque (mesmo) o
cidadão em primeiro lugar - é um modelo exemplar. Os profissionais de Recursos
Humanos, dos órgãos públicos, têm a gratificante missão de dinamizar os
programas de capacitação funcional, focando a excelência organizacional.
Entre os seus objetivos destaque para a melhoria da qualidade,
aumento da produtividade, redução do Custo Brasil, praticidade no atendimento
aos cidadãos e valorização dos servidores públicos. Estamos convencidos de que
resultados satisfatórios somente serão atingidos com o comprometimento dos
funcionários pois, dos detalhes, ninguém sabe mais do que quem faz. Somente a
consolidação da cultura de responsabilidade social, que deve nortear a gestão
pública, levará o Brasil a melhorar a sua, nada honrosa, classificação no ranking
mundial da burocratização - o 4º pior colocado. Vale a pena uma reflexão sobre o
pensamento do célebre político, orador e prosador romano - Cícero (106-43 a.C)
"Vamos equilibrar o orçamento, proteger o tesouro, combater a usura e reduzir a
burocracia. Caso contrário, afundaremos todos".
* Faustino Vicente - Consultor de Empresas e de Órgãos Públicos, professor e
advogado com especialização em RH.
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